sábado, 1 de agosto de 2009

eu

foto: anos 80! Dudu Cavalcanti
ganhei este texto de "presente" deste amigo dias antes da minha mudança para mg, mantive, pois esta sou eu verdadeiramente!

26/05/2007
Uma mulher achada

Ela viveu os 1980, 1990 e os sete anos deste século em meio ao que se pode chamar de modernidade. No coração da cultura, dos agitos, das noites, das festas, das loucuras desvairadas dos 80, dos compromissos mais sérios mas não menos "in" dos 90, sempre em meio ao que fazia a vida "valer a pena".
Uma mulher afinada com seu tempo, independente, casa própria, livre para ir e vir no grande palco da megalópole paulistana e seu mar de "coisas para fazer".
Mas ela quer mais, muito mais.
Por isso, vai atrás de menos.
Como assim?
É, bem menos, em termos: deixa a vida em São Paulo e vai para o interior de Minas, já que meio a caminho, mais para a frente um pouco, do litoral baiano, o destino digamos assim final.
Estes são, pelo menos, seus planos.
A tranqüilidade como comunica e explica isso espanta, pela pessoa espevitada que ainda é, pela moça articulada e antenada que sempre foi, sintonia fina com as coisas mundanas, melhores e piores.
Ela viveu "de um tudo" e agora quer redescobrir seus desejos e seus ideais e tentar chegar o mais perto possível de ser "plenamente feliz..."
Será que dá?
Não importa. O que vale, aqui, é o exemplo.
Em tempos de tanta gente procurando, tantas e tantas demandas em expansão, tanta gente perdida, eis um exemplo gratificante de uma mulher "achada", que descobriu exatamente o que quer e vai.
"Eu nunca me bastei, nem tampouco o que vi e vivi. Quero mais!"
Tem gostinho de independência, poder mandar às favas tudo isso e partir para uma vida mais simples e calma, pergunto eu? Ela : "Tem gostinho de liberdade. Independência sem liberdade não tem a menor graça. Quebrar regras e conceitos em busca da vida maior!"
Buscar menos para ser maior?
Com a irreverência costumeira, diz: "É ligar o foda-se, confiar e ir".
Detalhe: ela está amando...
Será que isso conta?
"O amor chegou no meio do processo, quando tudo já estava acontecendo..."
Um up-grade, um bônus, um prêmio, talvez, para quem teve a coragem de ir atrás de si mesmo, e vai.

Luiz Caversan, 52, é jornalista, produtor cultural e consultor na área de comunicação corporativa. Foi repórter especial, diretor da sucursal do Rio da Folha, editor dos cadernos Cotidiano, Ilustrada e Dinheiro, entre outros. Escreve para a Folha Online. caversan@uol.com.br

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